quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Tesouro macabro

A história que contarei a seguir é sobre dois amigos de infância, Pablo e José.


Os dois eram mexicanos e andarilhavam em direção de San Juan, um pequeno

vilarejo na província de Chiapas.



Estava chovendo muito e os cavalos já estavam inquietos. Pablo observara uma

caverna em meio às árvores e exclamou: "Veja José, uma gruta seca. Vamos

usá-la como abrigo até a chuva passar." José não titubeou e seguiu seu

amigo até a tal gruta. Lá dentro, os dois se abrigaram e acomodaram os cavalos.

A caverna era gelada e José sentiu um calafrio que percorreu sua espinha.

"Vamos sair daqui Pablo, esta caverna me dá arrepios." Balbuciou José

tremendo de frio e medo. "Bobagem! Lá fora podemos até morrer naquele

temporal. Aqui nós estamos secos e seguros."Retrucou Pablo.



A chuva não dava nem um sinal de cessar. José estava impaciente e Pablo curioso

com a caverna. "Vamos lá para o fundo, estaremos mais seguros lá."

Entusiasmou-se Pablo. "Estas louco homem, podemos nos perder naquela escuridão."

Protestou José. "Covarde! Vamos lá, seja homem pelo menos uma vez nessa

sua vida." Ameaçou Pablo com um sorriso sarcástico. Mesmo temendo pela sua

própria vida, José segue o amigo até o fundo da caverna. Pablo, indo na frente,

acende um fósforo e se surpreende com o que vê. Jogado ao chão, milhares de

moedas de ouro e prata e até algumas jóias que refletiam a luz do fósforo.

Junto delas, um esqueleto humano. Pablo dá uma gargalhada e grita."Estamos

ricos José, ou melhor, estou rico José!" Virando-se imediatamente para o

amigo e apontando a garrucha diretamente para a testa dele. Pablo dá um sorriso

e vê o pavor do amigo que suplica."Não Pablo, pelo amor de Deus... nós

somos amig...." E um estrondo interrompe a voz de José. Com um tiro certeiro,

Pablo espalha os miolos do amigo no chão... "He, he, he...agora o ouro é

só meu, todo meu." Recolhendo o tesouro e colocando-o num saco, Pablo já

vai até pensando no que fazer com o dinheiro.



O tempo passa e a chuva também. Com o tesouro devidamente embalado, Pablo sai

da caverna sorrindo e gozando do cadáver do amigo."Pena que você não

poderá se divertir com este dinheiro companheiro." Pablo coloca o saco com

o tesouro no lombo do cavalo e ruma para o vilarejo. Chegando lá, ele vai

diretamente para uma pensão contabilizar o seu achado. Euforicamente, Pablo

sobe para o seu quarto mal podendo conter sua alegria. Já no quarto, o homem

tranca a porta e joga o saco no chão. Ao abri-lo, Pablo depara-se com uma cena

inesperada e pavorosa. "Não, não pode ser !!!" Agoniza o coitado. Ao

invés do tesouro, ele encontrou o cadáver rígido de seu amigo José.

Nenhum comentário:

Postar um comentário