quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Casa dos Rostos

Ao entrar em sua modesta cozinha em uma abafada tarde de agosto de 1971, Maria


Gomez Pereira, uma dona de casa espanhola, espantou-se com o que lhe pareceu um

rosto pintado no chão de cimento.



Estaria ela sonhando, ou com alucinações? Não, a estranha imagem que manchava o

chão parecia de fato o esboço de uma pintura, um retrato.



Com o correr dos dias a imagem foi ganhando detalhes e a noticia do rosto misterioso

espalhou-se com rapidez pela pequena aldeia de Belmez, perto de Cordoba, no sul

da Espanha. Alarmados pela imagem inexplicável e incomodados com o crescente

número de curiosos, os Pereira decidiram destruir o rosto; seis dias depois que

este apareceu, o filho de Maria, Miguel, quebrou o chão a marretadas. Fizeram

novo cimento e a vida dos Pereira voltou ao normal.



Mas não por muito tempo. Em uma semana, um novo rosto começou a se formar, no

mesmo lugar do primeiro. Esse rosto, aparentemente de um homem de meia idade,

era ainda mais detalhado. Primeiro apareceram os olhos, depois o nariz, os

lábios e o queixo.



Já não havia como manter os curiosos a distância. Centenas de pessoas faziam

fila fora da casa todos os dias, clamando para ver a "Casa dos

Rostos". Chamaram a policia para controlar as multidões. Quando a noticia

se espalhou, resolveu-se preservar a imagem. Os Pereira recortaram

cuidadosamente o retrato e puseram em uma moldura, protegida com vidro,

pendurando-o então ao lado da lareira.



Antes de consertar o chão os pesquisadores cavaram o local e acharam inúmeros

ossos humanos, a quase três metros de profundidade. Acreditou-se que os rastos

retratados no chão seriam dos mortos ali enterrados. Mas muitas pessoas não

aceitaram essa explicação, pois a maior das casas da rua fora construída sobre

um antigo cemitério, mas só a casa dos Pereira estava sendo afetada pelos

rostos misteriosos.



Duas semanas depois que o chão da cozinha foi cimentado pela segunda vez, outra

imagem apareceu. Um quarto rosto - de mulher - veio duas semanas depois.



Em volta deste ultimo apareceram vários rostos menores; os observadores

contaram de nove a dezoito imagens.



Ao longo dos anos os rostos mudaram de formato, alguns foram se apagando. E

então, no inicio dos anos oitenta, começaram a aparecer outros.



O que - ou quem - criou os rostos fantasmagóricos no chão daquela humilde casa?

Pelo menos um dos pesquisadores sugeriu que as imagens seriam obra de algum

membro da família Pereira. Mas alguns quimicos que examinaram o cimento

declararam-se perplexos com o fenômeno. Cientistas, professores universitários,

parapsicólogos, a policia, sacerdotes e outros analisaram minuciosamente a

imagem no chão da cozinha de Maria Gomes Pereira, mas nada concluiram que

explicasse a origem dos retratos.

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